por Dr. Noa Kageyama, publicado originalmente no blog do site The Bulletproof Musician
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Esse esqueminha SMART de definição de objetivos vem do mundo dos negócios. |
"Você definiu e escreveu objetivos claros para o seu futuro, e fez os planos para realizá-los?"
Em uma lenda urbana bem conhecida, esta pergunta foi feita aos recém graduados em MBA em Harvard no ano de 1979 (ou a classe de Yale de 1953, dependendo de quem conta). A história continua, e descobriram o seguinte:
- 84% não tinham objetivos específicos
- 13% tinham objetivos, mas não por escrito
- 3% tinham metas escritas claras e planos para realizá-las
Dez anos depois, os mesmos indivíduos foram entrevistados novamente. Os 13% que estabeleceram metas estavam ganhando, em média, duas vezes mais que os 84% sem objetivo. Legal, mas nada comparado aos 3% que tinham metas comprometidas ao papel. Esse grupo de super-realizados estava ganhando uma média de dez vezes mais do que os outros dois grupos juntos! (O que eles não ensinam na Harvard Business School).
Embora o estudo possa ser fictício, a definição de metas continua a ser um tema-chave na psicologia do esporte, e parece ser uma influência confiável em nosso nível de desempenhos e realizações. Aqui está um estudo aberto ao público sobre o efeito da definição de metas no desempenho individual/time no rugby.
Trata-se de deliberadamente assumir o controle e ser o motorista de sua própria vida, ao invés de ser um passageiro em um carro que se auto-dirige ou um piloto automático movido a hábitos.
Infelizmente, ninguém pega a gente e ensina a definir metas, embora as pesquisas indiquem que existem certas diretrizes envolvidas se você quiser que a definição de metas funcione.
4 DIRETRIZES PARA UMA DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS QUE FUNCIONA
O que é melhor - objetivos específicos ou objetivos gerais?
Vantagem: objetivos específicos
Objetivos claros, explícitos e específicos são mais eficazes do que objetivos gerais. Objetivos vagos como "fazer o seu melhor" ou "tocar melhor" não ajudam muito.
Os melhores são objetivos do tipo:
- Eu vou memorizar o primeiro movimento do concerto de Beethoven até a próxima sexta-feira (definido talvez, por tocar o movimento sem partitura pelo menos uma vez)
- Eu vou conseguir tocar afinada a passagem complicada de oitavas dedilhadas até o final da semana (definido por conseguir tocar a passagem afinada pelo menos 4 vezes em 5 tentativas)
O que é melhor - objetivos moderados ou objetivos difíceis?
Vantagem: é um pouco complicado...
Quanto mais difícil é o objetivo, melhor será o desempenho - até um certo ponto. Se o objetivo parece impossível ou irreal para você, a motivação será baixa e é maior a chance de desistir. No entanto, isso também é verdade para objetivos que são muito fáceis e não são desafiadores o suficiente.
Não escolha um objetivo impossível, é claro, mas eu sugiro escolher um objetivo que seja excitante, motivador e pareça um verdadeiro desafio no limite superior do que você acredita ser capaz. Ao tentar descobrir onde estão os seus limites superiores, confie no seu instinto e não se esqueça de que tendemos a subestimar nossas habilidades.
O que é melhor - objetivos de curto prazo ou objetivos de longo prazo?
Vantagem: ambos são essenciais!
Os objetivos de longo alcance são essenciais, mas metas mais imediatas nos ajudam a manter o foco nas etapas menores que, em última instância, nos levam ao nosso destino.
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Objetivo é o seu destino final. Meta é o degrau ou passo que te leva na direção do objetivo. |
Tente usar a abordagem da escada. Pegue um pedaço de papel e desenhe uma escada. Coloque seu objetivo de longo prazo no topo da escada e aí, de trás pra frente, anote em cada degrau os sub-objetivos intermediários que irão te levar até lá.
O que é melhor - objetivos de processo ou objetivos de resultado?
Vantagem: objetivos de processo... na maioria das vezes
Vivemos em uma sociedade muito movida a resultados, então a maioria de nós aprende a focar nos objetivos-resultado (por exemplo, passar num teste) ao invés dos objetivos-processo (por exemplo, permanecer focado na música, ouvir os outros instrumentos, boa postura, etc.). O problema é que temos muito pouco controle sobre os objetivos-resultado. Você pode tocar o melhor teste da sua vida inteira, e mesmo assim não conseguir o emprego porque outra pessoa estava ainda mais preparada e tocou um pouco melhor. Não podemos fazer nada sobre o desempenho dos outros.
Além disso, preocupar-se com os objetivos-resultado que não podemos controlar (tipo: o que a platéia está pensando?, e se der branco?, olha como aquela pessoa toca bem…) afasta nosso foco dos aspectos da performance e preparação que podemos sim controlar.
Então, de novo, objetivos de resultado (como imaginar-se ganhando a audição da orquestra de Cleveland) podem ser extremamente motivadores, e podem te ajudar a se manter concentrado fazendo as pequenas coisas que te colocarão em posição de ganhar o emprego quando o grande dia finalmente chegar.
No fim das contas, a combinação de objetivos de resultado e objetivos de processo é mais efetiva, embora seja melhor se concentrar no processo na hora da performance e evitar focar nos resultados.
Resumo de uma frase
"Se você não sabe para onde está indo, vai acabar em algum outro lugar." - Yogi Berra
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Dr. Noa Kageyama é um violinista que resolveu partir para a área da Psicologia da Performance e hoje integra o corpo docente da Juilliard School e New World Symphony em Miami, além de ser convidado das principais instituições de ensino de música nos EUA, ensinando músicos como tocar o seu melhor sob pressão através de aulas ao vivo, treinos e um curso on-line.
Tradução autorizada, por Helena Piccazio.
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