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Leila Rásonyi, que em 2005 era professora na Academia de Música Franz Liszt de Budapeste. |
O encantamento de Leila Rásonyi estava presente não apenas nos ensinamentos e nas histórias, mas em tudo que a cercava. Era muito bom olhar para os tapetes pendurados nas paredes da sua casa, descobrir os muitos livros misturados aos objetos trazidos de um pedaço mais pra lá do Leste Europeu que deixavam o ambiente tão acolhedor e único quanto ela.
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Poster original da estreia da ópera em 1894 |
Thaïs é uma cortesã, considerada a mais-mais das cortesãs, o símbolo do amor terreno, amor dos homens. Athanaël, o padre, conhecido pela eloquência de seus discursos, é o símbolo do amor do espírito, amor divino. Ele falava muito contra o que considerava os pecados de Thaïs, contra ela e seu modo de vida. Um dia, Thaïs ouviu um de seus discursos e apaixonou-se. Só que pelo jeito de amar que ele pregava. E, mais tarde, ele se descobre apaixonado por ela na forma do amor dela, o carnal. E é esse jogo de paralelos e opostos que está presente em toda a história. A Meditação é tocada no meio do segundo ato da ópera, quando Thaïs reflete sobre o que está acontecendo, qual amor viver, qual vida levar. Curioso notar que não há canto durante a Meditação, mesmo quando apresentada dentro da ópera, há apenas o violino solo com acompanhamento de orquestra.
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Minha partitura de violino da Meditação de Thaïs, do arranjo para violino e piano. |
A música é tão forte na sua simbologia que mesmo fora da ópera ela parece carregar simetrias de opostos.
Minha professora tinha especial afeto por essa música porque sua mãe gostava muito dela. Quando a mãe faleceu, um dos melhores e mais queridos alunos da Leila foi ao velório e tocou essa música. Foi um momento extremamente especial, dava pra ver no brilho dos olhos da Leila e no tom de voz aveludado com o qual ela me contou.
O tempo passou. Esse aluno se casou e teve o primeiro filho. Quando isso aconteceu, Leila foi ao batismo presenteá-los, e a Meditação de Thaïs foi o presente escolhido. Outro momento muito emocionante. Ela me disse, com um grande e terno sorriso nos lábios: “Ele tocou essa música pra mim num momento de morte e eu pude retribuir tocando essa música pra ele num momento de nascimento.”
por Helena Piccazio.
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A ópera Thaïs será apresentada no Theatro Municipal de São Paulo em julho e agosto de 2015.
Ingressos aqui.
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Thaïs no Teatro Regio de Torino em 2008. É essa montagem que vem ao Theatro Municipal de São Paulo. Foto do site de Stefano Poda, o diretor. |
THAÏS
de Jules Massenet
23, 25, 26, 28 e 30 de julho
1 e 2 de agosto
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Coro Lírico Municipal de São Paulo
Balé da Cidade de São Paulo
Alain Guingal – Direção musical e Regência
Stefano Poda – Direção cênica, Cenografia, Figurinos, Desenho de luz e Coreografia
Mais um post excelente!
ResponderEliminarLindo! Brava, Helena! Ficou ótimo!
ResponderEliminarBrava, Helena! Ficou ótimo!
ResponderEliminarMuito bom mesmo!!!
ResponderEliminarQueria tanto ir com minha esposa assistir a ópera....mas viajei e acabei não comprando os ingressos.
Por acaaaaaaaso, alguém comprou e por algum motivo não vai, ou sabe quem tem ingressos sobrando?
Grande abraço
Carlos
(11) 9 9242-2063 (WhatsApp)
carlos.mursa@gmail.com
Lindo, absolutamente lindo!
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